terça-feira, 12 de janeiro de 2010

QUANDO VOU SAIR DO TRÓPICO DE CÂNCER ?


É foda.Não aguento mais o G1 me chamando de pobre toda hora.Dizem que ficam passando em minha cara.Podem passar.Para mim humildade é virtude.Estou parecendo Henry Miller no Trópico de Câncer. Preciso entrar em Hollywood.Quero apartamentos de luxo.Carros importados.Quero agregar valor a minha marca.Pegar modelos gostosas.Até agora só me fudi.Passam o tempo me esculhambando.Preciso ganhar raspaldo da classe média alta que não aceita um mulato ou mestiço com um pouco mais de cultura do que eles.Querem que a gente fique de cabeça baixa.Sentindo-se inferior.Para piorar minha filha há meses não fala comigo.Isso me mágoa muito.Na separação entre o pai e mãe quem sempre sai como o vilão é o pai.Ninguém pode cobrar afeto e amor de ninguém.Esses são sentimentos espontâneos que brotam sobre a forma de gestos e ações.Aprendi isso as duras penas.Antes ficava medingando afeição.Com o tempo endureci.Cresceu um grande calo no meu coração.O músculo cardíaco endureceu a tal ponto que nenhuma decepção o perfurará.Sentimentos quando te prejudicam são como uma intoxicação alimentar.É difícil de desimpregnar.Fica grudado no seu corpo.São piores que o Venom.Sugam suas forças.Cortei todas os maus afetos do meu convívio.Restrição alimentar.Não precisou Buscopan na veia.Só foi preciso entender a doença.Meus dias de provar que estou lúcido o bastante para tocar minha vida sem auxílio de terceiros se foram.Acredito que alcancei a maioridade.Estou finalmente emancipado.
Não devo minha cabeça a ninguém.Encontrei aquilo que sonhava desde pequeno.Minha liberdade de opinião.Não temo a morte.Não temo os homens.Temos apenas a falta confiança em mim mesmo.A velhice não me assuta mais.Vivo todas as fases das minha vida como ciclos fechados.Retorno?Se houver outras vidas.Estarei  tão farto da vida que quando morrer não precisarei mais de outro mundo.Fecharei meus olhos.Os urubus aparecerão sorrindo para mim.Dançarei com eles uma valsa.Repartirei com eles as sobras da sala de jantar,então...Estou cismando com o dinheiro.Estraga as relações pessoais.Cargos,fama,esses acessórios todos têm uma única serventia:acabar com as relações humanas.Cá com meus botões, penso se isso não é coisa do demônio.O diabo tem muitas caras.Uma delas se chama dinheiro.Mata-se e morre pelo cupom monetário.Se dinheiro for a medida do valor das pessoas,sou um quartzo rachado.Jogarei todos as meus idealismos baratos na latrina.Um vômito de vinho de quinta.Quero acumular muita grana.Esfregar o dinheiro na cara das pessoas como uma limalha.Serrá-las ao meio como um ilusionista decadente  à procura de trocados.Naufragar minha personalidade em dinheiro.Comprar pessoas com sorrissos de cerâmica.Erguerei pirâmides como túmulos das minhas crenças.Vencerei na vida às custas da minha morte.Só assim me realizarei como um bom homem 
na sociedade de consumo de personalidades. 

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CABEÇA DE OSSO

CABEÇA DE OSSO
OSSO

VENDO DIFERENTE...

nesse blog tentaremos criar um ambiente em que toda forma de arte e crítica política e literária possa ser divulgada, especialmente a minha.quem gosta de literatura marginal aqui encontrou um espaço de discussão e criação.mudar idéias e concepções é a pretensão desse hulmide blog.
o que seria da humanidade sem os anormais?
sem os outlaws
o mundo seria destinado e destruído pela mesmice
precisamos de alguém para ver o contrário
quebrar modelos é o modelo
afinal no final das contas
não sobrará nada além da refeição dos vermes
vida longa então a todos desordeiros
arautos da nova era
que pagam o preço da incompreensão por sua criatividade
mas quem quer ser mesmo compreendido ?
pelos bigodes de Nietzsche!
não é esforço sobre humano
comer as orelhas de Van Gogh
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