APARTHEID À BRASILEIRA

No Brasil existe um regime de segregação racial ou étnica,aos moldes do apartheid sul africano,mascarado de democracia.Aqui a distribuição geográfica da população reforça essa tese.Os pretos e os pobres não são meramente categorias étnicas como muitos estudiosos reduzem.São também categorias sociais.Isto porque eles estão concentrados em sua maioria nos extremos da periferias.Lugares em que falta de tudo, da escola ao saneamento básico.Não acredito que isso seja à toa.Há toda uma prática política/economia que fundamenta essa condição social.As favelas e as áreas suburbanizadas são cantões de probreza onde os mais privilegiados,quase sempre brancos,jogam a massa proletária mestiça.A segregação de uma massa proletária de um lado,parda ou negra em sua maioria,em recantos distantes dos centros urbanizados mostra que nosso passado colonial ainda está vivo em nossa práticas cotidianas.Esses bolsões de falta de estrutura básica é resquício do nosso passado colonial.A população que se espreme em ônibus lotados todos os dias para trabalhar do outro lado da cidade,carente de infra estrutura básica e alienada que sua condição social é fruto de um processo histórico segregador quase sempre é negra ou mestiça.Uma exemplo dessa postura discriminatória e segregacionista é como são tratadas as concorrentes de concursos de beleza da periferias dos grandes centros urbanos.Estou falando isso,porque assisti o programa do Caco Barcelos,em que um quadro abordava esse assunto.Claramente dá para perceber que as meninas brancas,de olhos azuis não participam do mesmos concursos que as meninas da Miss favelas,mulatas ou outro tipo de mestiças.As meninas dos morros são exibidas como peças de carne a disposição de alguns fotográfos açougueiros e outros tipos de mercadores do prazer.Logo,logo serão recrutadas para participar de shows de striptease baratos.E quem alimenta essa situação?O turismo sexual.Moro no litoral e sei muito bem que a maioria das meninas prostitutas advém das classes menos privilegiadas da sociedade,segregadas nas rendondezas dos núcleos urbanos.O homem de classe média branco não pensa quando leva uma menina de doze anos pobre para um motel, se ela tem idade psicológica para manter uma relação sexual,se é covardia se utilizar de sua condição financeira e idade para comprar sexo de menores. Para ele,são somente meninas pobres,mestiças, que compra por alguns reais ou roupas de marcas.A condição social desses meninas,na sua ótica estúpida não é sua responsabilidade.Afinal de contas,ele mora em outra região da cidade.Depois do ato sexual,pegará tranquilamente seu carro,voltará para sua região,em que habita outra população,sob os todos os sentidos,cultural/economicamente, e chegará tranquilamente em casa.Beija a mulher.Toma banho.Come.Dorme.No outro dia sua empregada negra ou mestiça suburbana servirá seu café da manhã.